ESPERANDO NINA!

Em ritmo de espera, vamos ao mar. Melhor lugar para se festejar mais um ano de vida com muita vida, aguardando a vinda de uma nova vida.

Vamos festejar a Nadia enquanto a Nina não vem; a Nina está sentada e está muito bem”.

Ouvindo o som do mar

que parece querer nos ninar...

Nina, Nina...você nem imagina

O quanto já estamos a te amar.

As ondas calmas e ritmadas

São um convite pra sonhar

Com o teu rostinho, amada, 

que muito quero beijar.

A espera é angustiante

Conta-se as jornadas

Que de minuto em minuto

parecem se arrastar.

Numa lentidão enervante

para quem está a esperar

E ansioso pra te abraçar.

Mas você é obstinada

E não é uma coadjuvante.

Tem seu tempo e sua hora.

E nada te faz mudar.

Mostrando quem, doravante,

define o depois e o agora,

O fútil e o importante.

A nós, expectadores, 

Resta, também, sentar e esperar.

Você é quem decide 

quando quer ver esse mar.

Surpresas que temperam a vida

Surpresas acontecem e vão sempre acontecer. São elas que dão sabor à vida e a deixa mais divertida.

Alguns imprevistos por vezes nos enlouquecem, mas podem nos dar prazer. Outros, porém, nos entristecem e nos fazem sofrer. Mas sempre nos ajudam a amadurecer.

Se saio de casa, sem rumo e sem compromisso, encontro um velho amigo que há muito queria ver, agradeço o imprevisto que fez isto acontecer.

Se saio com destino certo e varias coisas pra fazer e, improvisamente começa a chover, tenho duas opções a escolher: adiar os compromissos ou deixar a raiva me corroer.

Se numa roda de amigos, num bate papo legal, por pequenas divergências em um assunto banal, percebo um inimigo que nem imaginava ter, agradeço esse improviso que ensina a me defender. Cabe a mim resolver se quero paz ou: que armas vai escolher? De qualquer forma, sempre fica uma lição que ajuda a crescer.

Rancores, dissabores, fazem o estômago doer. Meu estomago, sempre tão delicado, me pede pra não exagerar. Sentimentos negativos e positivos não se devem misturar. É assim quando tomo vinho, outra bebida não posso beber. Se insisto em teimar, muito “mico” eu vou pagar.

Mas até nesses “micos” o improviso pode ajudar. Pode ser que sua missão seja de me libertar, da indecisão e timidez que insistem em me acompanhar.

Parece uma incoerência, mas já paguei mico e gostei. Foi num improviso gostoso que me fez faltar o ar, e como em um sonho nebuloso vi algumas vestes voar. Foi num tapete voador que tudo aconteceu e, garanto, até Aladim enrubesceu. Muito papo, muito vinho…assim tudo aconteceu. Continuar lendo

Acima das nuvens.

Voar bem alto, até alcançar aquele altar.

Em seu tapete macio vou rolar e sapatear.

Vejo um vaso vazio…

Quero sonhar até ele transbordar.

Esse azul me anuncia

Que o amor vai chegar.

Faça calor ou faça frio

Tem raios de sol a me iluminar.

Ouço os ruídos do motor.

Vejo nuvens que se formam.

E se deformam.

E me informam

Que voei bem acima da dor.

Lá embaixo o sol

Ainda vai se por.

Ainda dá pra enfeitar

O meu vaso de flor.

Posso colorir os campos e rios

Que daqui os vejo serpentear

E parece que entre as nuvens

Estão a brincar.

– Escolham as cores!  – parecem gritar!

E eu, sutilmente

Misturo as tintas

Da minha paleta

Que acabei de criar.

Voar; Amar; Pintar; Imaginar!

É nessa nuvem que eu quero voltar.

Ultimatum – A Poesia Crítica de Álvaro de Campos

Mais de 140 Caracteres

Assistindo ontem à noite na televisão o show Dentro do Mar Tem Rio de Maria Bethânia, realizado no Teatro Guaíra em Curitiba dia 17 de Março de 2007 foi com grata surpresa que a ouvi declamar o poema “Ultimatum” de Álvaro de Campos (heterônimo de Fernando Pessoa). Aliás, esta é uma característica de Bethânia em sempre declamar poemas em seus shows o que sempre é fascinante e comovente.

Com sua voz grave e interpretação impecável o show é um primor de bom gosto e emoção à flor da pele. Com poema de Álvaro de Campos então o espetáculo ganha proporções épicas e porque não dizer, bastante atuais. Parece que Fernando Pessoa estava a mirar suas lentes críticas para o congresso nacional brasileiro na legislatura de 2011!!

ULTIMATUM

Mandato de despejo aos mandarins do mundo

Fora tu,
reles
esnobe
plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade
e tu…

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Veríssimo: quando vamos acordar para a barbárie golpista que ameaça o Brasil?

Luíz Müller Blog

Verissimo Luiz Fernando Veríssimo

Às vezes imagino como seria ser um judeu na Alemanha dos anos vinte e trinta do século passado, pressentindo que alguma coisa que ameaçava sua paz e sua vida estava se formando mas sem saber exatamente o quê. Este judeu hipotético teria experimentado preconceito e discriminação na sua vida, mas não mais do que era comum na história dos judeus. Podia se sentir como um cidadão alemão, seguro dos seus direitos, e nem imaginar que em breve perderia seus direitos e eventualmente sua vida só por ser judeu.

Em que ponto, para ele, o inimaginável se tornaria imaginável? E a pregação nacionalista e as primeiras manifestações fascistas deixariam de ser um distúrbio passageiro na paisagem política do que era, afinal, uma sociedade em crise mas com uma forte tradição liberal, e se tornaria uma ameaça real? O ponto de reconhecimento da ameaça não era evidente (…). Muitos…

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Angustia.

Algumas coisas me excitam , outras me angustiam!
Algumas pessoas me encantam, outras me irritam!
Algumas músicas me entristecem, outras me entusiasmam!
Alguns momentos me fascinam, outros me deprimem!
Algumas atitudes me aborrecem, outras quase me fazem crer que a bondade ainda prevalece!
A chuva , de vez em quando me atrapalha, mas o perfume que da terra exala, purifica e acalma a alma!
O sol , a lua, o mar…ah!!! esses me fazem sonhar e dão mais brilho ao meu olhar.
Sonho acordada, durmo preocupada e acordo intrigada. Algumas vezes tento entender os senões, mas nem sei quais são os poréns! Tanto ódio sem explicação, tanta morte sem razão.
Meu crescimento eu persigo mas nem sempre consigo. Tenho sonhos que me excitam e me levam mais além; mas alguns me amedrontam e muitas vezes me contêm.
Excitação, angústia, ilusão, cansaço, esperanças. Continuo esperando por um mundo menos hipócrita, menos racista e menos egoísta.
Esperar.
Acreditar.
Mas o cotidiano está aí pra contrariar e tem mostrado que quem espera – cansa, e que os deuses da lambança estão pregando a intolerância.
Tanta intolerância me cansa. Muitas vezes me revolto e até brigo comigo mesma. Mas, para o bem de minha alma eu mesma me peço calma.
Das coisas que me excitam e que me fazem sonhar, viajar é uma delas. Sinto-me livre pra voar e sonhar. Sinto-me livre e feliz quando fecho as malas, abro novas janelas, sinto novos ventos e na minha curiosidade, exploro o mundo com cuidado e vejo onde posso enfiar o meu nariz. Viajar, aprender, alargar os horizontes, isto sim me faz feliz. Esta é a minha “força motriz”. Sempre com respeito à natureza, admirando suas belezas, vou experimentando novos sabores e aprendendo outros valores.
Entre as coisas que me angustiam : injustiça, inveja, infidelidade, falsidade, fanatismo e desigualdade.
Gostaria de acabar com todas elas. Mas não tenho este poder e, infelizmente, vejo muitas desgraças acontecerem por causa delas. Angústia e desespero é o que vai restar. O respeito às diferenças se perdeu pelo caminho. Cada um segue rezando no seu próprio livrinho, discriminando e ridicularizando o do seu vizinho. As sutilezas que poderiam dar mais cor, enfeitar e contrastar, acabam destruindo e matando em nome de deuses mesquinhos. Recuso-me a acreditar que a fé que ensina a amar é a mesma que ousa matar.
Anseio por um livrinho que nos ensine a RESPEITAR.

Ferrara 07 de janeiro de 2015